O QUE FAZER SE O PACIENTE NÃO PUDER RECEBER ALIMENTO PELA BOCA?

• Com o avanço da demência, o paciente pode não conseguir mais se alimentar pela boca, por não conseguir mais engolir. Nesse momento uma avaliação médica é importante para determinar se realmente é a demência em fase avançada que está causando essa situação ou se outras causas podem estar envolvidas, como por exemplo, infecções ou efeitos colaterais de medicamentos.

• Quando um paciente com demência apresenta dificuldade para ser alimentado porque está em fase avançada da demência, isso quer dizer que ele pode estar se aproximando do fim da sua vida. Nessa fase, nenhum tratamento médico ou nutricional pode fazer com que o paciente retorne para fases mais leves da demência.

• Deixar de comer e beber faz parte do processo natural de morte na maioria das doenças. Na verdade, o jejum prolongado e a desidratação são normais nesse momento e podem até mesmo proteger o paciente do sofrimento ao provocar sonolência. Como se a sabedoria de seu próprio corpo estivesse colaborando para que o paciente dormisse e não sofresse desconfortos.

• Quando as pessoas estão muito próximas ao fim da vida elas costumam não sentir fome ou sede. Forçar o consumo de alimentos através da boca ou por sondas pode causar desconforto desnecessário, porque os pacientes podem apresentar náusea e vômitos, além de outros sintomas, e prolongar o processo natural de morte.

• Em todos os casos os profissionais de saúde devem conversar com a família do paciente sobre os objetivos de cuidados de cada paciente expressos verbalmente e/ou registrados previamente em prontuários médicos e diretivas antecipadas de vontade*. Devem sempre realizar todos os esclarecimentos sobre possíveis riscos e benefícios de qualquer medida. Quando o paciente não manifestou anteriormente suas preferências de cuidado, os profissionais de saúde devem ajudar a família a tentar levantar essas questões através de uma conversa sobre sua história de vida, valores e preferências. Desse modo, espera-se que juntos, profissionais de saúde e os representantes do paciente possam tomar decisões sobre cuidados de saúde que ao mesmo tempo respeitem seus valores pessoais e sejam adequadas para sua situação.

  • Diretivas antecipadas de vontade são documentos feitos pelo paciente na época em que o mesmo ainda era capaz de decidir por si mesmo e que expressam quais tratamentos de saúde ele gostaria ou não de receber em situações futuras em que não mais conseguisse comunicar-se adequadamente ou decidir por si só.