MITOS SOBRE A ALIMENTAÇÃO POR SONDA PARA PACIENTES COM DEMÊNCIA EM FASE AVANÇADA

O uso da sonda protege contra a aspiração?
Não. Mesmo usando a sonda, o paciente pode aspirar saliva e alimento por refluxo, que é quando o alimento volta do estômago para o esôfago, e pode até chegar à boca do paciente.

A alimentação recebida por sonda protege ou ajuda na melhora de lesões por pressão, que são feridas na pele que se formam quando o paciente fica muito tempo na cama sem se movimentar e na mesma posição?
Não. As pesquisas mostram que as lesões de pele por pressão não melhoram com o uso das sondas. Pelo contrário, com o uso da sonda a pessoa costuma ficar mais parada na cama, o que geralmente causa o aparecimento ou a piora de lesões de pele por pressão.

Usar a sonda está ligado à prevenção de hospitalizações ou idas a serviços de urgência?
Não. Estudos mostram que o uso de sondas de alimentação em pacientes com demência em fase avançada é associado a um maior número de visitas a serviços de pronto socorro do que quando os pacientes não usam sondas. Isso ocorre porque quando a sonda fica entupida ou sai do lugar, a família frequentemente acaba precisando levar o paciente ao hospital para resolver o problema com a sonda ou mesmo trocá-la.

O paciente fica mais confortável com uso da sonda?
Não. Para muitos pacientes, a sonda, principalmente a sonda nasogástrica, pode causar incômodo e desconforto, levando a pessoa a ficar agitada. Muitas vezes os pacientes são amarrados na cama para impedir que eles arranquem a sonda, o que frequentemente faz com que eles fiquem mais desconfortáveis ainda por estarem amarrados.

O paciente que recebe alimentação por sonda vive mais?
Não. Estudos realizados com pessoas com demência em fase avançada e com dificuldades para se alimentar ou engolir mostram que pacientes em uso da sonda não vivem mais quando comparados com pessoas com demência avançada que receberam alimentação de conforto.